Nirvana *

January 5, 2012

Posted by Karina

A experiência abaixo aconteceu há cerca de 3 meses. Demorei pra conseguir escrever sobre ela, pois não sabia se encontraria palavras suficientes pra descrevê-la. Ainda não sei se consegui expressar a profundidade, a beleza e a pureza do que vivenciei. Mas foi especial demais pra não ser compartilhado e registrado aqui no meu blog. Fica a tentativa. Fica também a certeza de que quem já vivenciou algo parecido saberá a que me refiro, e quem ainda não vivenciou, pode se inspirar a continuar trilhando o caminho espiritual, que nada mais é do que viver a vida a partir do coração, sem dar ouvidos à mente medrosa, e, assim, caminhar nesse mundo sendo expressão dos Anjos Dourados que todos somos.

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O sol estava a pino. Eram 13 horas de um agradável dia primaveril. Precisava ir a Camberwell, bairro próximo. De carro 10 minutos, caminhando 1 hora. Resolvi caminhar. Eu estava há cerca de um mês e meio afastada da academia devido a uma nova crise de coluna e seria uma boa oportunidade de fazer exercício físico. Além do mais, aproveitaria pra conhecer a área, já que estávamos morando aqui em Balwyn há apenas um mês. Calcei meu tênis, vesti uma roupa confortável, coloquei óculos escuros, chapéu, mochila nas costas, uma boa trilha sonora no meu fone e alegria no coração. Os passos eram rápidos, decididos a queimar gordurinhas. As músicas, maioria brasileiras, faziam dançar as cordas vocais, por vezes os braços, e até as pernas quando eu parava em algum sinal. E lá ía eu, empolgada, feliz, cheia de determinação. Mas os passos vigorosos e ligeiros não me impediram de me encantar com uma rua que atravessei. Havia duas fileiras de árvores que ocupavam toda a extensão da rua, uma fileira em cada calçada. As árvores eram bem altas e suas copas eram super frondosas, o que fazia com que se encontrassem umas com as outras: as da fileira de cá com as da fileira de lá, como que num aconchego de copas, o que criava um maravilhoso corredor coberto. As folhas das árvores eram de um verde claro muito brilhante e encantador. Os raios de sol atravessavam as copas das árvores, criando um espetáculo de luz diáfana. Mas lembrem-se que meus passos eram rápidos, e eu observei essa cena em apenas um ou dois segundos enquanto atravessava a rua expressando um sonoro “Uau!”, fascinada com aquela beleza da Mãe Natureza. Alcancei a outra calçada e continuei caminhando com a mesma determinação. Mas dei poucos passos, pois fui arrebatada por uma onda de amor tão palpável e poderosa que eu tive que parar imediatamente. Como eu sei que foi uma onda de amor? Bem, ela me inundou de um prazer e uma alegria imensuráveis, ou melhor, de um êxtase jamais experienciado nem com a droga que leva esse nome. Tomada de surpresa, e completamente extasiada e agradecida, eu fechei os olhos e comecei a chorar e a rir ao mesmo tempo. Era alegria demais! Nada mais importava ali naquele momento. Éramos apenas eu e o Espírito, a Fonte, Deus, Sabedoria Infinita, não importa o nome. Aliás, o que é um nome diante de tanto amor? Fiquei ali uns bons minutos, de olhos fechados, rindo, chorando, agradecendo em voz alta, deleitando-me naquele amor incondicional, sendo nutrida como nunca dantes. Fui voltando ao mundo bem devagarinho. Abri os olhos e tudo ao redor parecia mais vivo e colorido. Voltei pra apreciar a rua novamente. Agradeci a Gaia pelo espetáculo; ao meu Eu Superior agradeci por estar me ensinando a olhar, ouvir, tocar, falar, inalar, exalar, pensar, expressar, relacionar-me com o outro, enfim, VIVER através do coração = sem medo = confiante = alegre. Agradeci também por ele ter me soprado no ouvido “Vai caminhando ao invés de dirigindo”. Ao Espírito agradeci pela simplicidade e prontidão com que ali me amou. Não foram necessárias grandes preparações, velas, incensos ou mantras. Não. Bastou que eu reverenciasse a beleza de Gaia por um segundo, e segundos depois esse amor veio de volta pra mim, extraordináriamente multiplicado. Foi o Espírito dizendo “Querida filha, você é muito amada. Você está no caminho certo, o caminho da sua alma, continue trilhando-o com alegria e confiança.” Jamais esquecerei esse momento. Pode ser que eu não volte a experienciar algo parecido nessa vida. Mas não há necessidade. Essa interação consciente com o Espírito está registrada na minha alma, ou seja, é eterna. Basta fechar os olhos e lá estou novamente. E o melhor de tudo: ser reconhecida assim de uma forma tão simples, intensa e imediata pelo Espírito, me dá mais força pra continuar caminhando rumo a mim, pra continuar calando amorosamente o medo, vivendo o agora com alegria e confiança, reconhecendo no outro, qualquer que seja ele, o anjo dourado que ele é, e assim seguir espalhando amor e luz. Como bem diz o Kryon, a ÚNICA tarefa do ser humano é expressar a sua bela luz divina. TODO o resto é colocado no nosso caminho na hora certa, no local certo, com as pessoas certas.

Dê voz ao seu coração, deixe que ele tome as decisões. Não pense, sinta! Deixe a sua linda luz brilhar! Viver é realmente simples. E é bonito demais.

* Título sugerido pelo MMLM (marido mais lindo do mundo!). Segundo o Aurélio, Nirvana é o estado de ausência total de sofrimento; paz e plenitude a que se chega por uma evasão de si que é a realização da sabedoria.

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