Gaia e eu

Inspirada pelo encantador site Daughter of the Sun, quarta-feira passada fiz uma mandala de flores, pedras, folhas, golfinhos, penas, conchas e muito amor, e ofertei à Gaia, nossa querida Mãe Terra. Enquanto eu fazia a mandala, às seis horas de uma manhã que começou linda, ía cantando melodias que brotavam do coração, sem palavras, apenas sons intuitivos. Agradeci à Gaia por tanto amor e cuidado conosco humanos. Agradeci pelo alimento que nos fornece, pela diversa e estonteante flora, pelos tantos belos e misteriosos animais, pela perfeição dos ciclos das estações, pela chuva, pelos mares, oceanos, rios, montanhas, cristais, e pelo casal de pombinhos que fez um ninho aqui no nosso quintal. Agradeci à Mãe Terra, em especial à Austrália, por vir nos acolhendo de forma tão amorosa, fornecendo tudo o que precisamos pra caminhar com alegria espalhando nossa luz. Quero sempre renovar esse cantinho que criei aqui no nosso quintal, colocando flores e outros mimos. Quero me conectar mais com Gaia, fincar mais o pé no chão, criar raízes!

O altarzinho no nosso quintal

O ninho em cima da saída do exaustor. O pássaro de trás é o filhote e o da frente é a fêmea. O Diego que descobriu o ninho, quando a fêmea ainda estava chocando o ovinho. Todos os dias vou lá ver se eles continuam morando aqui. Vou sentir falta quando eles voarem pra não mais voltar.

Bem, depois dessa primeira interação consciente com Gaia, hoje houve novo chamado, mas dessa vez sem programação prévia. Ao voltar da piscina hoje de manhã (nadei 1,5 km!) e ir pendurar minha toalha no varal, vi um pássaro morto no chão. A princípio achei que era algum membro da família dos pombinhos, mas para meu alívio, eu estava enganada, pois ele pertencia a outra espécie. Fiquei relutante em tocar o pássaro e voltei pra dentro de casa decidida a esperar o Diego voltar da corrida e me ajudar a enterrar o bichinho. Enquanto escovava os dentes, decidi que eu iria enterrar o pequenino sem depender do Diego, que iria enfrentar a minha aflição em tocar aquele corpinho sem vida. Respirei fundo e lá fui eu. Primeiro toquei seu dorso com a pontinha do meu dedo indicador e retirei rápido, assustada. Fui aos poucos fazendo umas carícias rápidas e inquietas, me acostumando com a idéia. Depois de alguns minutos nesse ensaio, eu decidi tocar o dorso com a palma da minha mão. Foi tocar e retirar, pois o corpo ainda estava quentinho. Ai que aflição! Quase desisti, mas achei que era imperdoável eu não ter coragem de levar a cabo meu plano de preparar um ritual de despedida pra um serzinho que havia encantado a tantos com seu canto. “Não, Karina, vamos lá, coragem, não me decepcione!” E eu fui! Primeiro só virei ele de lado (bem rápido), pra ver se tinha algum ferimento. Mas ferimento não havia, apenas um líquido que ainda escorria do biquinho dele, tadinho. Aí peguei o corpinho dele com todo carinho e coloquei em cima dos guardanapos que eu havia preparado. Comecei a entoar um canto de despedida pra ele. Fiz uma caminha de flores pra ele ficar bem confortável. Admirei a beleza das suas penas, a fragilidade dos seus pezinhos, e o agradeci por ter espalhado alegria sonora pela Austrália. Cavei um buraco no nosso jardim, coloquei ele lá junto com um colar de cristal de quartzo rosa, uma forma de agradecer a Gaia pelo tempo que ele esteve conosco. Continuei mais um tempo admirando a beleza dele, esperando Diego voltar pra despedir, o que não demorou muito a acontecer. Fechei o guardanapo com cuidado, tampei o buraco, e fiz um altarzinho com pedras e flores. Coloquei uma chave pequeninha pra ele poder abrir a porta do céu dos pássaros quando sua alminha lá chegar. Cantei mais um pouco pra ele e voltei pra casa orgulhosa de mim.


6 Comments

  1. Daughter of the Sun

    Ohh….. i do feel the love, and so strongly too!! Thank you beautiful sister for sharing in the light! The mandala and offerings are the perfect gift for Gaia! Love to you in all directions, aloha! xx

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    • Nina

      thank you dear daughter, you are part of my re-connection with Gaia, and this is simply…. love! xxx

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  2. tia Liza

    Karina, estou tentando definir você…!o encantamento que passa com sua descrição de tudo, detalhes com qualificções . Liguei para mamãe para comentar sobre seu blog, sua inteligencia.
    veja minha filha o ritual que preparou com a morte do passarinho, veja que fotos mais lindas! estou encantada com tudo que cria, escreve, as montagens, sua sensibiliade, carinho. mas de tudo que falei, descobri: vc está transbordando de amor, explodindo amor pelos poros…isto mesmo , estou sentindo a essencia profunda do amor incondicional brotando em todo seu ser! E´maravilhoso demais minha filha. Antroposofia te atraiu porque ela é vc, identifica em tudo com a karina. Seu amadurecimento está acentuando ainda mais esta sabedoria enraizada , cada vez mais acentuada. Tudo que escreve sugere muito carinho querida sobrinha! lava minha alma ler suas narrativas. grande beijo

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    • Nina

      ai tiaaaaaa, tô amando tanto esses seus comentários, sinto-me orgulhosa de mim mesma e feliz por estar te encantando com minhas narrativas. enquanto elas lavam a sua alma, os seus comentários amorosos fazem dançar de alegria o meu coração – bela troca, não?!! te amo! obrigada por estar tão perto de mim.

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  3. Alessandra

    Que lindo, que lindo, que lindo! Que linda e amorosa você é! Obrigada por compartilhar e distribuir este amor! Meus beijos, Alê

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    • Nina

      ei alê, linda, linda, linda você também!!!! obrigada por receber o meu amor e mandá-lo de volta pra mim multiplicado e colorido pelo seu amor! muuuuuitos beijos e saudades!

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