Incurável nomadismo (?)

Acho que de certa forma sempre fui nômade, e meu pai também o era. Ele viajou muito a trabalho e morou em umas cinco capitais brasileiras antes de adotar São Paulo como a do coração.  Ele, minha mãe e eu  mudamos de Belo Horizonte pra Brasília em meados da década de 70, e lá ficamos durante 3 anos, quando eu e ela mudamos de volta pra Beagá, ela grávida do meu irmão, o casamento deles acabado e eu anestesiada diante da saudade-dor imensa que eu sabia que sentiria dele, para mim o mais doce dos homens, meu pai.

Morei em Beagá até os 28 anos, quando Brasília me acenou libertação e eu fui, feliz e agradecida. Em Brasília mudei algumas vezes, e durante uma época curta morei em São Paulo. Diego também sempre foi nômade, carioca da gema que morou em Recife  e Brasília em várias casas diferentes, mudanças acarretadas pela profissão do pai e também por vontade própria. Juntos também mudamos duas vezes em Brasília antes de irmos pra Austrália. E aqui já mudamos 8 vezes em 6 anos e meio! Ufa!que o processo da mudança em si cansa, mas conectar-se com o novo, descobrir algo que nunca se viu, é muito empolgante, ambos amamos.

E a nossa mais recente mudança ocorreu há 6 semanas: honrando nosso nomadismo, saímos de Dee Why e estamos morando bem pertinho do centro de Sydney no bairro de Redfern, o qual abriga uma considerável comunidade aborígine em prédios subsidiados pelo Governo do Estado, e também uma população de classe média alta atraída pela valorização imobiliária da área nos últimos anos. O casario é composto de charmosas casas geminadas do século 16 terrace-housee também de novas construções; a localização é estratégica, bem perto da city e suas muitas atrações culturais e de well-being, e também bem pertinho de Bondi e arredores. Diego está a apenas 5 minutos de caminhada da Holler, a mais nova empreitada profissional que ele abraçou. Eu tenho ido de carro pro jardim de infância Steiner onde trabalho e levo cerca de 20 minutos; pra nós dois o deslocamento pro trabalho foi reduzido consideravelmente, e foi essa a principal razão de termos decidido mudar pra mais perto da city: cansamos de gastar cerca de 2 horas e meia por dia pra ir e voltar do trabalho.

Estamos super felizes com a mudança. Curtir a energia vibrante da city life tem sido interessante, e a praia mais próxima está a apenas 15 minutos de carro ou 30 de bike. A natureza ao redor é abundante, moramos bem perto do Centennial Park e suas várias espécies de pássaros e árvores. centennial-park

 

Temos falado em ficar no mínimo 2 anos aqui, mas sempre que tocamos no assunto caímos na gargalhada pois sabemos que há uma grande probabilidade de mudarmos antes disso. Mas estamos in love with Redfern, as we always are, wherever life takes us.

(No quesito tráfico urbano e em vários outros Melbourne é muito melhor pra se viver do que Sydney: o transporte público é consideravelmente melhor, as pessoas são mais amigáveis, a vida cultural é mais diversificada; o porém é que faz muito frio por boa parte do ano. Já Sydney é bonita demais, o clima é perfeito, tem natureza abudante ao redor e portanto muitas opções de lazer outdoor, mas o trânsito  é mais pesado, os motoristas mais estressados e o custo de vida mais caro. Pra quem pensa em vir pra Austrália, eu sugiro Melbourne como ponto de partida.)

Abaixo fotos diversas desses 10 meses de vida nova em Sydney!!


2 Comments

  1. Bárbara Ávila

    Ah, o Centennial é lindo demais! Amo essas casinhas geminadas de Redfern e concordo que em termos de mobilidade urbana Melbourne dá de dez em Sydney! Saudades de vcs. Beijão

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    • Karina

      Melbourne dá ded ez em Sydney em vários quesitos, mas no da beleza urbana não tem jeito né, Sydney é a campeã das campeãs!!!

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