De Sydney pra Byron Bay!

Quem co-cria sempre alcança – é a mais pura verdade. Tudo o que afirmamos, pensamos, fazemos, e sentimos, vai virar a nossa realidade, mais dia menos dia. Esse é um grande presente divino que nos faz totalmente responsáveis pela vida que vivemos, pelas escolhas que fazemos, pelos sonhos que acalentamos. Eu demorei um pouco mas acabei aprendendo que o melhor é sempre escolher a luz, principalmente nos momentos de escuridão. E sorrir sempre. Às vezes, se a dor é grande demais, ou o medo muito primitivo, pode até ser que o sorriso demore a sair – tem raiva que parece querer grudar mesmo – mas no final, a alegria, que é inata a todo ser, ganha a batalha contra o ego negativo, e quando acho que ainda estou chorando, na realidade um sorriso de alívio já começa a brotar. Sorrir entre lágrimas de dor é cura certa pra qualquer mal do coração. Ao mesmo tempo que nos deixa leves, também nos mostra a força e a coragem da nossa alma quando torna-se resoluta no amor. É lindo demais, nos faz mais humanos e mais divinos ao mesmo tempo.

E toda essa reflexão sobre a importância de always co-criar na luz, vem pra contar que eu e Diego co-criamos morar em Byron Bay desde a primeira que a visitamos em janeiro de 2011. Voltamos algumas outras vezes, sempre reafirmando pra vida o nosso desejo de um dia morar nessa cidade mágica – só aqui no blog eu menciono Byron Bay em 12 posts, a paixão é antiga e consistente, minha gente, co-criada ao longo dos 7 anos entre a primeira visita e 2018, o ano da mudança.

Nós começamos 2018 em Sydney, muito felizes e com um plano recém saído do forno e já em prática: eu pedi demissão do meu emprego num jardim de infância maravilhoso em Sydney pra me dedicar à faculdade de Pedagogia em horário integral, e Diego havia acabado de mudar pra um emprego melhor numa agência de publicidade maior, e trabalhando com big clients. O plano era ficar mais 2 anos em Sydney, o necessário pra eu terminar minha faculdade e juntarmos uma graninha pra viabilizar a mudança pra Byron Bay em 2020. Era um plano muito bom – curtiríamos Sydney por mais 2 anos e faríamos um pé de meia pra começar a vida numa cidade do interior que não oferece muitas oportunidades de trabalho na área do Diego. Byron Bay é uma cidadezinha litorânea de 9.000 habitantes. Abriga uma comunidade que é política e socialmente engajada, pluricultural, pós-moderna, artística e espiritual, atraída pra cá não apenas pela vibe de liberdade presente, mas também pela natureza exuberante ao redor, as ondas mornas e límpidas, os fins de tarde dourados. Byron Bay é quase surreal. Mas apesar do constante crescimento de novos business, já que a área também atrai os ricos, famosos e milionários que chamam Byron de casa e querem investir na área, o Diego consegue trabalho fácil só mesmo nas capitais. Mas sabíamos que a vida ía nos trazer pra cá, mesmo que tivéssemos que morar um tempo em Brisbane, a capital mais próxima de Byron. E assim começamos o ano: usualmente empolgados com o viver, cheios da gratidão que sempre permeia todos os aspectos das nossas vidas, e alegres com o nosso projeto Byron 2020.

Mas as sincronicidades acontecem no tempo certo da alma, o qual nem sempre coincide com o tempo da mente lógica – essa, já começou a sussurrar “agora não é o tempo certo”, assim que Diego recebeu uma proposta de trabalho em Byron Bay. A oferta oferecia um risco grande quando comparada com o trabalho que Diego estava fazendo em Sydney, e nós hesitamos. De um lado a vontade enorme de finalmente mudar pra Byron e fazer o caminho de volta, e do outro a vida confortável e estável que o emprego do Diego numa agência de publicidade internacional nos proporcionava. Mas nós temos a incorrigível mania de ouvir nossos corações e nunca tivemos medo de riscos. Tomamos a decisão felizes e não olhamos pra trás. Quando chegou abril, pegamos estrada com três gratidões principais na alma: os 2 anos e meio vividos na estonteante Sydney, Byron tornando-se realidade, e a nossa coragem de sempre ouvir nossos corações, de  arriscarmos sermos mais felizes.

Finalmente em Byron, nos sentimos em casa desde o primeiro dia. A vida aqui é boa demais e nos adaptamos facilmente. A praia de águas mornas e límpidas está a 15 minutos de caminhada de casa, e pra ir pra lá eu passo na porta do jardim de infância Waldorf onde trabalho e que fica na rua onde moramos. Voltei pra faculdade online em julho de 2018, mas estou fazendo apenas uma matéria por semestre, pois não tenho pressa e não quero me estressar – stress não faz parte do caminho de volta. O trabalho do Diego, cujo escritório também era localizado na nossa rua, começou ótimo com a maior parte da equipe super conectada e com vontade de fazer um trabalho muito legal. Mas o emprego durou apenas 7 meses e acabou repentinamente – era uma startup e o investidor principal decidiu não investir o restante da grana que havia prometido. É uma história inacreditável e boa de se contar pessoalmente, mas posso adiantar que envolve investidores milionários despreparados, egocentrismo e níveis inacreditáveis de sociopatia. Mas enfim, todos os empregados foram despedidos, e nós, já então totalmente apaixonados pela vida nova no paraíso, decidimos que não queríamos voltar pra Sydney ou Melbourne (onde seria muito fácil o Diego conseguir um emprego); e bem assim, da noite pro dia, a vida convidou Diego a colocar em prática algo que ele já vinha contemplando: abrir a própria agência digital. Desde janeiro desse ano ele vem se dedicando a isso e, apesar de não ter sido fácil pois abrir o próprio negócio envolve muuuuuuuuuito trabalho e nenhum dinheiro no início, ele continua muito empolgado e eu o apoio de todas as maneiras que posso. Seguimos cada vez mais apaixonados por Byron Bay e felizes demais por termos vindo. Mais uma vez a vida nos mostrou que a melhor forma de viver é ouvindo o coração, focando no presente, sendo flexível, e confiando no poder do amor divino que habita cada coração. Nossas almas caminham livres em Byron Bay, os corações suspiram mais, e o sorriso é ainda mais frouxo, que é coisa boa demais! Se meu coração falasse, diria o seguinte:

Eu sabia que vinha. Inúmeras vezes falei pra Vida: ‘me traz pra cá.’ Já me via aqui e sabia que era só questão de tempo certo. E 2018 foi esse tempo; a oportunidade chegou repentina e inquestionável. Meu coração sabido não fez cerimônia, logo se sentiu em casa e esparramou-se na areia da praia, mergulhou de cabeça nas águas límpidas, tentou virar peixe, sonha em voar com as águias marinhas, suspira ao admirar as camadas de montanhas tingidas de dourado e laranja ao entardecer, e sempre fica serelepe quando encontra outros corações esparramados da gente infinita que vive aqui.
Quanto tempo ficaremos eu e Diego não sabemos, e esse não saber é o que nos tem ajudado a fluir com a vida, a viver no agora, a criar magia e milagres todos os dias.
Que seja infinito enquanto dure, Byron Bay, e que dure enquanto durar o brilho no olhar.

Namastê, everyone! E que continuemos tentando viver a partir do coração todos os dias das nossas vidas, porque de outro jeito, a vida não vale a pena.

Clique na primeira foto pra abrir a galeria com as legendas. E abaixo da galeria, alguns vídeos curtos :)
Pedalando na chuva..
Soltando o gogó 😀
Durante o verão, a praia é nossa academia!
Caminhando na praia à noite e atravessando o riacho que desemboca no mar..
Fim de festa..
Na semana que Diego esteve no Brasil, ele e Marcelo visitaram a Chapada dos Veadeiros em São Jorge e foram pegos de surpresa por uma tromba d’agua quando voltavam da cachoeira.


One Comment

  1. Barbara Avila

    Que surpresa gostosa abrir o blog e ver que tinha um texto que eu não tinha lido ainda ❤️
    E que notícia boa saber que vcs ouviram o coração e decidiram ficar em Byron. Fiquei surpresa que a cidade tem apenas 9mil habitantes. Delicia demais.
    Seus textos me inspiram tanto! AMO
    Beijos e abraços

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