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Solstício de Verão

No dia 21 de dezembro do ano passado, por sugestão do nosso amigo Claus Topke, nos reunimos aqui em casa pra celebrar o Solstício de Verão, que marca o início da estação. Nesse dia ocorre o dia mais longo do ano e, consequentemente, a noite mais curta.

No ritual, juntos celebramos o sol e a abundância de vida que ele traz através de uma oração linda que achei aqui. Queimamos aquilo que não mais queremos nas nossas vidas, e botamos no papel nossos desejos pra 2015, selando com a fumaça mágica e inebriante do pau santo.

Foi uma delícia de ritual, que plantou a sementinha da vontade de celebrar o Solstício de Inverno, com muitas velas e lanternas!

Mas até lá, let’s enjoy Summer, because that’s when we love Melbourne the most!!!

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2015, pode vir!

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Hari Om <3

 

Eu e o marido mais lindo do mundo passamos o reveillon desse ano num retiro de yoga e meditação. Queríamos um pouco de quietude pra alma e pro corpo físico, e queríamos receber 2015 inteiros e lúcidos.

Descobrimos o Satyananda Yoga Ashram, que fica a uma hora e meia de Melbourne. Lá ficamos 3 noites, acampados num lugar lindo, onde pássaros pretos, kookaburras, blue fairy wrens e magpies não têm medo dos bichos humanos: voam livres e chegam pertinho de nós quando estão procurando alimento no chão fértil do ashram.

Acordávamos às 5 e meia da manhã pra primeira sessão de yoga, seguida de canto de mantras. Depois o café da manhã era servido, bem simples e nutritivo. Após o café era hora do karma yoga: cada um colaborava com a limpeza e organização do ashram por 30 minutos. O dia seguia num ritmo leve em que palestras, sessões de yoga e meditação, refeições saudáveis, e momentos de ócio, se encaixavam com fluidez.

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A natureza ao redor é linda.
Diego jogou vôlei todos os dias.
Diego jogou vôlei todos os dias.
Lindo coração esculpido em pedra, perfeitamente equilibrado.
Lindo coração esculpido em pedra, perfeitamente equilibrado.
Amamos acampar! Chegamos à conclusão que precisamos fazer isso muito mais vezes.
Amamos acampar! Chegamos à conclusão que precisamos fazer isso muito mais vezes.

O ritual de celebração da chegada de 2015 consistiu de um delicioso kirtan: cantamos mantras por cerca de 3 horas; e na virada do ano houve uma cerimônia de fogo chamada havan, em que é celebrado o despertar de consciência. Findo o havan, fomos convidados a praticar o silêncio, pra que a especial energia por nós criada não se dispersasse nas elocubrações da mente. Abraçamos o silêncio e caminhamos pra nossa barraca admirando o céu coberto de estrelas e a lua crescente. Nossos corações estavam plenos de alegria e paz, e adormecemos ouvindo os sons de Gaia, certos de que 2015 será um ano literalmente divino. Namastê, everyone!

Fazenda de lavanda, pertinho do ashram.
Fazenda de lavanda, pertinho do ashram.

 


Meu eterno namorado

Antes de sair pro trabalho, deixei um bilhetinho pro marido mais lindo do mundo grudado no espelho do banheiro; dizia “I love you, I love you, I looooooove you” porque eu estava com a música Michelle dos Beatles na cabeça (aaamo Beatles!).

Quando cheguei do trabalho, ele tinha deixado outro bilhetinho que dizia “love you toooooo”!

Amo namorá-lo e amo quando ele me namora. 9 anos crescendo juntos e ainda achando jeito de colorir nosso viver.

Namorar é preciso.

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No agora agorinha, eu vivo

"A felicidade não é um destino, mas um estilo de vida." Nós compramos esse quadro porque acreditamos e tentamos viver de acordo com os dizeres. Mas eu achei que ele precisava de um pouquinho de alegria e fiz uma arte com tecidos!
“A felicidade não é um destino, mas um estilo de vida.”

A ferida é um lugar por onde a luz pode entrar, disse o poeta Rumi. Essa sábia frase sintetiza bem a tônica do meu 2014. Há exatos 12 meses publiquei um post dando adeus a 2013, que foi pra mim um ano corrido, cansativo, mas de crescimento;  nesse mesmo post, eu dava as boas vindas a 2014, desejando que trouxesse alegrias, auto-perdão, equilíbrio e a sabedoria de viver no agora. Também desejei ser livre.

E 2014 realmente trouxe muitas alegrias: eu deixei um emprego que já não me satisfazia; recebemos a cidadania australiana: viva, viva, viva!!!; passamos 7 semanas no Brasil – visitamos a Chapada Diamantina pela primeira vez, fomos padrinhos de casamento do cunhadinho e da cunhadinha mais lindos do mundo, nutrimo-nos do amor dos amigos e da família, e matamos as saudades da Chapada dos Veadeiros e do céu de Brasília. E quando voltamos do Brasil, encontramos um novo aconchegante cantinho num bairro super cool de Melbourne, e na mesma semana em que mudamos de casa, eu comecei a trabalhar num jardim de infância Waldorf que é simplesmente um sonho. Sem contar o amor dos amigos daqui de perto, que cresce lindo e forte a cada dia.

Mas o medo abriu uma ferida enorme no meu peito. O medo me fez esquecer dos tantos motivos para ser alegre e grata. O medo bloqueou o fluxo do amor em mim. O medo de não ser capaz de gerar vida nova dentro do meu útero, me paralisou. E eu, que sou dada a gargalhadas altas e um olhar otimista perante a vida, vi-me sem luz, pálida, insípida e vaga. Sorrateiro, ocultado por infinitas justificativas, o medo tomou meu coração. E eu sofri; me encolhi. A pavorosa idéia de não conseguir engravidar, fez com que eu bloqueasse a vida em mim. Inapta a criar vida, parei também de criar o que quer que fosse. Parei de escrever, parei de fazer arte, parei de meditar, parei de me encantar com a vida linda que continuava pulsando lá fora. O medo é mestre nisso. Caminhava pelos dias num sonambular só, totalmente esquecida da resplandecente luz que eu sou.


Namastê *

Delícia de mimo!
Delícia de mimo!

 

Cheguei em casa e encontrei essa surpresa. Meu coração, que nesse dia muito precisava de mimos, encheu-se de luz. Algo simples, feito com amor e criatividade, e que fez grande diferença no meu dia. Sempre é possível fazer diferença na vida dos outros, e às vezes bastam alguns minutos, que farão brotar sorrisos na alma de alguém. À Lily, o meu amor e gratidão. Namastê.

 *A palavra Namaste (pronuncia-se Namastê) é composta de duas palavras sânscritas: Nama (reverência, saudação) e Te, que significa você. Em suma, “O Deus que habita em mim saúda o Deus que há em você”.


Papo de criança é tudo #9

Essa mãozinha linda é do Tiago. Achamos um arco-íris no corredor e ficamos brincando com o cristal.
Essa mãozinha linda é do Tiago. Achamos um arco-íris no corredor e ficamos brincando com o reflexo dele no cristal.

– Mãe, eu não quero tomar banho de chuveiro, quero tomar banho de banheira. – queixou-se a Sofia, 6 anos, à Luciana, mãe dela e minha amiga, a qual retrucou:

– Sofia, hoje você vai tomar banho de chuveiro porque precisa lavar o cabelo que está sujo de cloro por causa da natação.

– Mas mãe, eu já te disse que não gosto de tomar banho de chuveiro.

– Sofia, já pro chuveiro, já te expliquei.

– Mas mãe, da mesma forma que você não gosta de barata eu também não gosto de tomar banho de chuveiro.

– Tiago, a vida é boa demais, não é?

– É sim. – me responde o fofo menino de 4 anos, e depois acrescenta: – Sabe porque a vida é boa, Nina?

– Por que, Tiago?

– Porque a gente pode fazer coisas. – Sábio e simples assim!

O Felix entrou na sala segurando um cristal na mão. Atrás dele, indignado vinha o Jack. Ambos têm 3 anos e meio.

O Felix foi logo falando:

– Nina, eu achei esse cristal no jardim. – Ao que o Jack retrucou:

– Eu trouxe esse cristal hoje da minha casa e deixei cair no jardim. – e eu sabia que o Jack estava falando a verdade, pois assim que chegou naquela manhã, veio mostrar o cristal todo orgulhoso. Eu então expliquei pro Felix:

– Felix, esse cristal realmente é do Jack, ele me mostrou hoje de manhã quando chegou no jardim de infância.

– Mas eu achei no jardim.

– Eu sei, Felix, mas você achou porque o Jack deixou o cristal cair. Você precisa devolver o cristal pra ele.

– Mas eu também quero um cristal. – me respondeu, já quase choramingando, o Felix.

– Já sei, Felix, você devolve o cristal pro Jack e vai procurar outro no jardim. – Ele pareceu satisfeito com a idéia, pois esboçou um meio sorriso, devolveu o cristal pro Jack e voltou pro quintal. Daí a menos de um minuto, voltam os dois na mesma composição, o Felix na frente, o Jack atrás. O Felix estendeu a mãozinha vazia na minha direção e anunciou:

– Nina, olha que cristal lindo que eu achei!

– Nossa, Felix, ele é muito lindo mesmo, estou vendo todas as cores do arco-íris nele. Você achou um cristal muito especial. Coloque no seu bolso pra você não perder. – Ele sorriu aberto e seguiu meu conselho. O Jack só observava. O Felix começou a caminhar em direção ao jardim, mas parou, olhou pra mim e esclareceu:

– Nina, o meu cristal é invisível. – Eu segurei o riso e encorajei:

– Eu sei, Felix, ele é muito especial. – Ele sorriu satisfeito e voltou confiante pro jardim. O Jack esperou que ele saísse, e cochichou, me mostrando o cristal:

– Nina, mas o meu cristal não é invisível não, ele é de verdade! – e voltou, orgulhoso, pra brincar no jardim.

Os posts publicados sob o título “Papo de criança é tudo” são frutos do meu contato com crianças nos jardins de infância Waldorf em que trabalho  ou já trabalhei aqui na Austrália. Elas têm de 3 a 5 anos e uma luz linda no coração!


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